10 mitos sobre a mecânica de caminhões
Para cuidar de um caminhão ou de uma frota deles de maneira racional, é importante seguir as orientações vindas de fábrica e trabalhar com uma política de manutenções realmente séria, até porque toda a mecânica de caminhões costuma ser específica para cada veículo. Do contrário, você corre o risco de comprometer a vida útil de ativos tão importantes para o seu negócio.
A realidade é que só assim você tem como garantir que o seu veículo circule de acordo com aquilo que foi planejado para ele, pensando em seu melhor desempenho. Não por acaso, grande parte dos problemas que comprometem os caminhões tem origem no seu mau uso. Procedimentos com o uso de produtos inadequados e práticas não recomendadas são comumente identificados em veículos já comprometidos.
É por isso que vale a pena saber mais sobre a mecânica de caminhões e os mitos que envolvem o tema.
A mecânica de caminhões
Veículos de grande porte, como é o caso dos caminhões, precisam ser reavaliados com frequência. O problema é que nem sempre é fácil manter a parte mecânica de caminhões em dia. É preciso investir em práticas, como manutenções periódicas, para que os procedimentos sejam realizados de acordo com o tempo certo e, claro, as características dos veículos. Somente assim é possível diminuir a incidência de problemas que podem ocasionar acidentes.
Consequentemente, quando o motorista acredita em mitos relacionados a esse tipo de veículo, os riscos aumentam, o que tende a gerar problemas não só para a empresa e seus clientes, mas para todos os envolvidos no transporte.
Vale destacar a importância de se preocupar com a segurança no trânsito, já que os caminhões ocupam naturalmente muito espaço, o que pode fazer com que eventuais acidentes causem um impacto maior. Problemas, como a perda da eficiência dos freios, falhas no motor, entre outras, podem ser evitados com práticas de rotina e o devido controle sobre o que realmente faz bem e o que não faz para esse tipo de veículo.
É por isso que vale a pena conhecer alguns dos maiores mitos que envolvem a mecânica de caminhões. A realidade é que, em relação a algo que faz tanta diferença no contexto geral de uma empresa, nada melhor do que saber o que é verdade e o que é mentira. Portanto, confira os principais mitos e entenda por que eles são falsos.
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1. A necessidade de aquecer o motor
Aquecer o motor por cerca de 15 minutos antes de sair é algo que faz muito sentido, mas desde que o seu veículo funcione com carburadores, já que eles demandam um pouco de tempo para atingir sua temperatura ideal de operação. Além disso, caso o óleo lubrificante que você usa seja realmente ineficaz, vale a pena adotar essa prática.
O problema é que, já há alguns anos, os veículos disponibilizados no mercado contam com recursos muito mais sofisticados do que os antigos, tornando o famoso aquecimento de motor algo desnecessário, ou seja, um mito na mecânica de caminhões.
Caminhões mais modernos vêm com injeção eletrônica de combustível, o que permite que seu funcionamento logo na partida já se dê de maneira muito mais eficiente do que aqueles com mais de 25 anos. Portanto, se o seu caminhão não for tão antigo, o aquecimento prévio do motor é totalmente desnecessário.
2. Fazer a manutenção de caminhões com qualquer profissional
É importante entender esse mito a respeito da mecânica de caminhões para evitar que, na hora de cuidar do seu veículo, você não corra o risco de entregá-lo nas mãos de quem só sabe lidar com veículos de passeio.
O ideal é que você recorra sempre a profissionais especializados em manutenção de veículos pesados por dois motivos:
- primeiro, porque eles terão como fazer diagnósticos mais precisos a respeito da situação atual do veículo;
- segundo, porque eles terão acesso aos equipamentos certos para fazer o serviço de acordo com a demanda.
Assim, o ideal é procurar uma oficina de confiança e definir um programa para que os procedimentos de rotina sejam feitos sempre nela. Dessa forma, você tem como contar com um acompanhamento profissional e especializado, além de peças para substituição e equipamentos sempre de acordo com as necessidades de cada veículo e modelo.
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3. Acreditar que a válvula termostática não tem utilidade
Existem dispositivos que são ignorados e, muitas vezes, até tidos como desnecessários pelos condutores dos veículos. Entre eles está a válvula termostática.
A realidade é que essa válvula é importante para a mecânica de caminhões por se tratar de um dispositivo que serve para controlar o fluxo de fluido entre motor e radiador. Assim, ela atua para garantir que o sistema funcione de acordo com uma temperatura considerada ideal pelo fabricante do veículo.
É muito importante respeitar isso porque, assim, você evita problemas envolvendo o aquecimento. Com a válvula termostática, o líquido de arrefecimento pode fluir com maior naturalidade, sem que haja qualquer impedimento capaz de causar danos.
Em resumo, jamais remova essa válvula, porque ela permite que o motor atinja sua temperatura ideal de trabalho e se mantenha assim ao longo do trajeto.
Esse cuidado é muito importante, principalmente se você trabalha com uma frota de caminhões. Imagine ver um mesmo problema aparecer com recorrência em vários veículos ao mesmo tempo. Dependendo do tipo de negócio, isso pode representar uma crise sem precedentes.
Leia também: sistema de manutenção de frota: como escolher o seu?
4. Acreditar que o freio motor é desnecessário
O freio motor é útil para manter a segurança do caminhão enquanto ele estiver na estrada. Sua importância é especialmente maior em descidas mais íngremes. Isso porque ele conserva não só as lonas como também os tambores de freio. Dessa forma, você tem a tranquilidade de que não haverá superaquecimento.
Um mito sobre a mecânica de caminhões é acreditar que esse freio não serve para nada. Pior: em alguns casos, ele é tido como um problema por conta da maior pressão criada.
O interessante é que, além disso, o freio motor é útil, também, para evitar o consumo excessivo do diesel, já que quando ele é acionado, a injeção de combustível é contida de imediato, o que permite ao motor trabalhar sem queima.
Dentro de um processo em que a logística da sua empresa depende da qualidade dos veículos, entender como esse tipo de procedimento é importante pode ser o que você precisa para garantir a qualidade dos seus caminhões em médio e longo prazo.
5. Passar óleo no chassi para evitar corrosão
Alguns condutores têm o hábito de passar óleo de mamona no chassi do caminhão após a lavagem. A justificativa seria que essa prática ajuda a evitar corrosão, o que é um mito da mecânica de caminhões.
A realidade é que o óleo, nessa circunstância, só faz aumentar o acúmulo de impurezas no local, o que, em última instância, pode gerar problemas com os componentes do veículo. O pior é que a prática pode gerar dores de cabeça maiores, como o ressecamento de objetos, entre outros.
Por conta disso, esqueça a ideia de usar qualquer óleo para evitar corrosão, até porque, geralmente, a tinta do chassi já tem função anticorrosiva. Consequentemente, a melhor coisa que você pode fazer é deixar o veículo sempre limpo, utilizar os produtos recomendados e refazer a pintura sempre que necessário.
É preciso ter cuidado com esse tipo de prática, já que, na maioria dos casos, não há qualquer justificativa para que ela se torne tão comum entre as pessoas. O pior é que, quando boa parte dos condutores acredita que essa é uma solução, acaba se tornando muito difícil modificar uma cultura equivocada.
6. Descer no ponto morto para economizar combustível
Outro mito de mecânica de caminhões. O que acontece é o contrário. Quando você desce em ponto morto, o sistema de injeção eletrônica interpreta esse fato como se o veículo estivesse funcionando em marcha reduzida, logo, para compensar, ele precisa emitir ainda mais diesel em direção ao motor. O resultado é justamente um aumento de consumo do combustível.
Como o sistema é programado para liberar mais combustível quando acontece de o motorista usar o freio sem acelerar, em situações de descidas, ele entende que o próprio peso da carreta já é o suficiente para mantê-la em movimento. É por isso que, fazendo as descidas em ponto morto, você acaba correndo um risco maior, tanto por estar com o veículo desengatado, quanto por criar motivos para que o freio fique comprometido caso precise ser acionado bruscamente.
7. Dizer que o pneu não precisa estar frio para ser calibrado
Este é um erro que pode ganhar força quando o motorista não tem tempo disponível. Assim, ele acredita que pode fazer a calibragem a qualquer momento, e acaba não trabalhando com a temperatura ideal do pneu na calibragem.
O que ocorre é que, como os pneus se aquecem quando estão na estrada, esse aumento de temperatura faz com que a pressão interna aumente, já que a massa tem a característica de se expandir quando esquenta.
Em resumo, com o atrito entre os pneus e a estrada, esse aquecimento vai acontecer e na hora que você for calibrar os pneus, a pressão identificada pelo equipamento de calibragem será elevada, fazendo com que você coloque menos ar do que o necessário.
Por isso, o mais indicado é fazer a calibragem do pneu cerca de 4 horas depois que o veículo parou. Assim a leitura do equipamento tende a ser mais exata, e a calibragem adequada para o caminhão.
Esse tipo de informação, quando assimilada pelo seu condutor, ou pela equipe de condutores, exige uma medida simples, mas que pode fazer toda a diferença na forma como sua empresa cuida da mecânica de caminhões.
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8. Pensar que aditivos não melhoram o sistema de arrefecimento dos veículos
Aditivos são úteis para melhorar a dinâmica dos caminhões. Como eles alteram componentes da água e aperfeiçoam processos como de vaporização e congelamento, acabam sendo capazes de tornar o sistema mais eficiente como um todo e, assim, garantir mais segurança para o veículo.
Além disso, usar os aditivos corretos faz toda a diferença no controle do processo de corrosão. Dessa forma, abrir mão desse tipo de produto pode ser um erro capaz de causar danos no funcionamento dos veículos e, pior, diminuir significativamente a sua vida útil.
Considere sempre a aplicação desse tipo de solução de maneira periódica, para garantir que não só o sistema de arrefecimento, mas também outras mecânicas estejam em dia com as necessidades dos motoristas e da empresa.
9. Achar que áreas alagadas não precisam ser atravessadas em baixa velocidade
Mesmo que a tecnologia tenha evoluído a ponto de tornar desnecessárias certas práticas, algumas continuam sendo recomendadas. Em relação a áreas alagadas, saiba que a própria aerodinâmica do caminhão atua para jogar o líquido para cima, de maneira a tornar mais seguro o deslocamento. Entretanto, isso pode fazer com que ele entre em lugares inadequados, como o filtro de ar que fica próximo do farol.
Vale lembrar que a água pode, além de comprometer os faróis, afetar, também, os rolamentos dos esticadores da correia e a parte elétrica, trazendo diferentes prejuízos para a mecânica de caminhões.
Quando o motorista corre em áreas alagadas, ele não consegue ter um maior controle sobre a profundidade do terreno onde está se deslocando, ficando mais difícil identificar eventuais desníveis para evitar acidentes.
É preciso ter em mente se você tem como continuar na travessia ou não, sendo assim, uma dica é observar o comportamento dos demais veículos parecidos com o seu, o que pode ser feito melhor se você conduzir devagar.
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10. Abrir mão das peças recomendadas pelo fabricante no cuidado com a mecânica de caminhões
É comum que veículos mais velhos contem com peças alternativas às de fábrica. Ainda mais quando o motorista procura meios para economizar. O problema se torna ainda maior quando isso acontece, também, em veículos que estão a serviço de empresas de pequeno, médio e grande porte, ou seja, neste caso, toda a frota fica em risco.
Acreditar que trabalhar com as peças indicadas não faz diferença na mecânica de caminhões é um mito que pode causar problemas, como o gasto maior na compra de produtos de qualidade para substituir as peças. Isso sem falar nos problemas para o veículo, que pode ter sua vida útil diminuída de maneira considerável - e até se tornar inviável para o uso dependendo do tipo de dano que uma peça não recomendada pode provocar.
Por fim, sabendo lidar com a mecânica de caminhões, sua empresa pode trabalhar para gerar maior eficiência no uso desses ativos. Saiba também quais os tipos de caminhão ideais para a sua carga.