Poucas demandas são tão importantes dentro de um processo logístico quanto a da armazenagem. Graças ao trabalho correto com guarda e reposição de mercadorias, as empresas conseguem se organizar e atender de acordo com seu fluxo real. Nesse sentido, entender os tipos de armazenamento existentes e adotar o mais compatível com o negócio costuma ser um diferencial e tanto.
Confira, na sequência, quais são os principais tipos de armazenamento e saiba escolher o ideal para o seu negócio.
Por que se atentar ao tipo de armazenamento que a empresa faz?
A armazenagem pode ser entendida como algo que vai além de um espaço para guardar insumos. Em organizações que atuam de maneira mais estratégica, ela serve como suporte. E assim, setores como o financeiro e o de produção, por exemplo, são beneficiados.
Considerando as exigências do mercado, isso tem especial importância. Pense em uma empresa que é capaz de se organizar internamente. E ela faz isso tão bem a ponto de manter o fluxo de entradas e saídas sob controle. Não é difícil imaginar que a tendência é que ela se distancie cada vez mais de concorrentes poucos organizados, não acha?
A questão é que, para isso ser possível, é essencial pensar nos processos de reposição. A forma como cada armazém é montado precisa estar de acordo com as necessidades da empresa. Isso porque, naturalmente, existem questões que são típicas de cada organização. Entre outras, podemos citar:
- a forma como a mão de obra é alinhada;
- a montagem do espaço onde os insumos são armazenados;
- como as práticas de retiradas dos produtos são executadas.
Somente quando a gestão conhece os diferentes tipos de armazenagens, ela consegue identificar a que melhor funciona - isso considerando a sua lógica empresarial. Assim, fica mais fácil alinhar seus interesses com as possibilidades existentes.
Problemas de não fazer o armazenamento adequadamente
Quando a empresa não é capaz de alinhar suas atividades com o tipo de armazenamento ideal, a tendência é que ela perca mercado. Pior ainda é isso acontecer e não entender o motivo. Fato é que problemas assim criam brechas para a concorrência.
Uma empresa que não controla o armazenamento de insumos com critérios costuma ter dores de cabeça. Entre outras, estão:
- as demoras nas reposições;
- a perda de ativos com vencimentos e mau uso dos itens;
- insatisfação dos clientes.
Essas são consequências que podem ser graves demais para quem disputa espaço. A realidade é que, no cenário atual, mesmo os erros mais simples podem representar oportunidades. Assim os adversários conseguem se diferenciar e tornar cada vez mais difícil a reação do gestor.
Por isso, vale a pena saber mais sobre os tipos de armazenamento. Entenda como aplicar o ideal para o seu modelo de negócio e garanta um diferencial.
Quais são os tipos de armazenamento?
Entendendo a importância de saber quais são os tipos de armazenamento, é hora de conferir essas possibilidades e o que as diferencia de fato. O mais interessante é procurar entender qual modelo faz mais sentido, considerando o universo de cada empreendimento.
Confira, na sequência, os tipos de armazenamento mais comuns no mercado.
Armazenagem própria
Quando é a própria empresa a proprietária do local de armazenagem. Além disso, é ela que faz o gerenciamento das atividades. A esse tipo de organização chamamos armazenagem própria.
Uma peculiaridade é que esse tipo de atividade traz exigências maiores no que diz respeito à contratação de funcionários. Além disso, é preciso atenção maior aos registros de entradas e saídas de materiais e a outras situações pontuais.
Logo, o custo de ter uma armazenagem própria costuma ser mais elevado - muito disso em função da contratação da mão de obra especializada.
Por outro lado, o estoque é mais flexível, uma vez que, geralmente, as empresas que contam com armazenamento próprio optam por galpões em lugares mais acessíveis para seus interesses.
Armazenagem terceirizada
Como alternativa à armazenagem própria, existe a terceirizada. Neste caso, o grande diferencial para o gestor é ter como delegar funções. E a empresa prestadora de serviço faz:
- a gestão do local;
- os investimentos em manutenção;
- os investimentos em mão de obra;
- a capacitação dos funcionários.
Assim, é possível reduzir custos e otimizar tempo. O único problema é que, muitas vezes, é difícil encontrar empresas especializadas em setores específicos.
Como todo serviço terceirizado, esse tipo de armazenagem também tem seus prós e contras. Logo, vale a pena analisar se a solução é compatível com a lógica da empresa.
Armazenagem contratada
Acontece quando a empresa aluga somente o local do seu estoque. Assim, é ela que monta toda a estrutura para ocupar esse espaço de acordo com seus interesses.
Na prática, trata-se de um meio termo entre os 2 modelos anteriores. E ele é especialmente útil para que a companhia controle melhor seus investimentos.
Armazenagem temporária
Existe a possibilidade de trabalhar com estruturas de acordo com a sazonalidade do negócio da empresa.
É o caso de atividades do setor agropecuário. Uma produção de grãos, por exemplo, funciona por etapas. Primeiro os grãos são colhidos, depois são deixados nos chamados silos e a partir do momento em que os caminhões partem para a entrega, a armazenagem se torna desnecessária até a próxima safra.
Assim, esse tipo de armazenagem é temporária e ela varia de acordo com o mercado e suas necessidades.
Armazenagem permanente
Se existe a armazenagem temporária, existe, também, a permanente, que é destinada a empreendimentos cuja exigência do espaço para armazenamento de insumos se mantém ao longo de todo o tempo.
Empresas que trabalham sempre com os mesmos itens, como maquinários, por exemplo, precisam de espaços dedicados para essa demanda.
A armazenagem de tipo permanente necessita de área fixa para estar em dia com a demanda do mercado.
Armazenagem interna/externa
Por fim, é possível pensar em tipos de armazenamento de acordo com o local escolhido. Neste caso, o estoque pode ficar dentro da empresa ou fora.
Assim, a chamada armazenagem interna aparece em locais com estrutura e espaço dentro do próprio empreendimento.
Quando é necessário recorrer a soluções fora da empresa, dizemos que a armazenagem é externa. Isso é mais comum em companhias do setor agrícola, que precisam de espaço com características fora do ambiente de trabalho para conservar seus ativos.
O que é preciso considerar na hora de pensar no armazenamento da empresa?
Então, fica a pergunta: como saber qual é o armazenamento mais adequado para cada tipo de negócio?
Questões como a real necessidade do empreendimento, se é interessante contar com um espaço exclusivo e a capacidade de investimento da companhia são essenciais para esse tipo de projeto.
Indo mais a fundo, confira, a seguir, o que é mais importante avaliar para escolher o armazenamento ideal para o seu negócio.
A questão espacial
É fundamental pensar na forma como os insumos serão organizados. Isso diz respeito não só ao espaço necessário para a formação do estoque, mas também à disponibilização dos itens.
Com um layout estrategicamente pensado para receber os materiais de modo a tornar os procedimentos mais ágeis, a empresa tem como ganhar tempo e tornar a rapidez de seus processos um diferencial de mercado.
Para tanto, observações precisam ser feitas em relação a:
- tipo de material a ser armazenado;
- tamanho de cada item;
- volume;
- exigências com cada mercadoria.
Tendo isso em mente, o espaço deve ser montado de acordo com o fluxo operacional.
A capacidade de investimento da empresa
É importante considerar duas informações sobre investimentos. São elas:
- quanto a empresa está disposta a investir;
- qual é a sua capacidade real de investimento.
Isso porque cada modelo de armazenagem apresentado anteriormente conta com exigências diferentes em termos de investimentos. Isso tem a ver não só com sua implementação, mas também com a manutenção.
Um modelo próprio, por exemplo, exige que a empresa invista, também, em treinamento da equipe. E isso aumenta o custo com o projeto. Por isso, o armazenamento próprio costuma ser a solução mais indicada para companhias de grande porte.
Já a terceirização tende a ser uma solução mais vantajosa para empresas de menor porte. O motivo é que o modelo permite à companhia economizar com a montagem de equipe e com custos para manter um local próprio.
A melhor localização do estoque
Considerando a questão estratégica, a localização da armazenagem é outro elemento essencial. Um grande problema que as empresas podem enfrentar é contar com armazéns distantes ou com acesso limitado à sua rota de distribuição da frota. Quando isso acontece, todo o processo pode se tornar lento e comprometer os resultados.
Companhias que atuam de maneira estratégica, ou seja, com foco maior nos objetivos que realmente importam, sabem disso. E é por esse motivo que elas investem, muitas vezes até mais, na escolha de ambientes acessíveis, capazes de gerar maior dinamismo em suas ações no dia a dia.
E isso não diz respeito apenas à questão de proximidade com os locais de entrega frequente. Muitas vezes, o simples fato de a empresa contar com acesso rápido às principais vias já é o seu maior diferencial.
Leia também: Como a localização do armazém influencia o trabalho logístico?
Qual tipo de armazenamento é o ideal para sua empresa?
Em geral, vale a pena ter em mente um passo a passo na hora de definir pela solução mais adequada para a realidade do seu negócio.
Passo 1. Anote todos os custos da operação
Um primeiro passo é mensurar a operação como um todo. A ideia é que você seja capaz de, a partir do devido entendimento de como os processos funcionam, calcular cada gasto gerado.
Um software de gestão pode ser bastante útil nesse sentido. Com ele, fica mais fácil analisar os resultados para embasar futuras tomadas de decisão.
Dentro dessa lógica, insumos, equipamentos e processos podem ser devidamente compreendidos em função de seus custos. Logo, o investimento tem como ser feito de maneira mais adequada.
É importante saber exatamente como construir uma relação custo/benefício interessante. Isso só é possível quando a gestão tem dados suficientes para lidar com questões como:
- empilhamento;
- avarias;
- substituições;
- equipamentos;
- entre outros.
Passo 2. Avalie a produtividade ideal da empresa
É importante que toda a organização logística da empresa seja feita de acordo com as suas peculiaridades. Isso quer dizer que a política de armazenamento precisa ser montada de acordo com aquilo que pode ser o seu melhor resultado em termos de produtividade.
Assim, qualquer modelo adotado será só um meio para melhorar a execução dos processos.
Para tanto, o ideal é considerar as peculiaridades da empresa. Algumas perguntas que podem ser feitas nesse sentido são:
- que tipo de sistema de armazenagem é ideal para o seu produto?;
- de que forma os seus produtos são estocados?;
- quais são os itens com maior e menor giro?
Em resumo, o mais importante é conhecer as características próprias do seu negócio, considerando as vantagens e desvantagens dos tipos de armazenamento existentes.
Passo 3. Considere as contratações
Optando pelos tipos de armazenamento por contratação ou terceirização, será necessário fechar um contrato com um fornecedor. Para que isso seja realizado adequadamente, o mais importante é começar com uma pesquisa sobre o histórico das empresas. Posteriormente é necessário conferir a sua reputação no mercado em que atua.
É uma boa medida entrar em contato com clientes antigos e atuais das empresas pretendentes. Assim, é possível saber mais sobre a maneira como elas trabalham.
Fundamental, também, é saber se existe capacidade por parte dessas empresas de cumprir seus compromissos. Somente então vale a pena fechar negócio.
Passo 4. Compreenda o seu espaço de armazenamento
Por fim, atenção ao espaço na hora de definir os tipos de armazenamento. É preciso considerar as melhores formas de ocupação. Nesse sentido, existem soluções que podem ser previamente calculadas. Entre outras, estão:
- empilhamento por meio de racks;
- uso de sistemas como de carrossel;
- reserva de locais para deslize de empilhadeiras;
- entre outras.
Ao fazer esse tipo de planejamento, o gestor consegue criar meios para otimizar seu espaço. Logo, a escolha entre os tipos de armazenamento tende a se tornar simplificada. O motivo é que ela se dá de acordo com a realidade do negócio e a proposta do gestor. Consequentemente, é possível criar fluxos logísticos mais eficientes e gerar uma série de benefícios para a organização.
Enfim, este é um caminho racional para fazer uma boa escolha. Faça da escolha do armazenamento um elemento favorável ao crescimento da sua empresa.