Ferramentas de trabalho precisam estar em uso para gerar resultados. E não é diferente com ativos como os veículos. Quando existe um caminhão parado, por exemplo, a tendência é que, além de esse ativo não ser útil para a produtividade, ele acabe trazendo uma série de prejuízos.
E eles vão desde a ocupação de espaço nas dependências da empresa até a depreciação do veículo. Sendo assim, é preciso entender melhor sobre esse problema, conhecer em detalhes os problemas que ele traz e saber o que fazer.
É o que vamos mostrar agora. Confira.
Quais os prejuízos de um caminhão parado?
Existem inúmeros custos que aparecem quando existe um caminhão parado ou mais na empresa. E isso afeta o caixa do negócio, algo que certamente nenhum empreendedor deseja. Conheça os principais agora.
A depreciação do veículo
O primeiro desses custos é a já citada depreciação. Vale lembrar que ela é um fenômeno natural que ocorre nesse tipo de ativo. Assim, logo que compra o caminhão, o empreendedor precisa ter em mente como geralmente se dá a desvalorização dele estando na rua ou não.
É isso o que permitirá a ele negociar o veículo por valores mais interessantes quando for o momento da troca. É fato que quando o veículo está em atividade, ele tende a trazer um retorno financeiro e a ser mais facilmente acompanhado via manutenções de caráter preventivo e revisões.
Um dos erros que gestores de frota cometem é não ter atenção à depreciação e investirem em soluções que podem não ser as ideias para o dia a dia da empresa. Logo, uma das consequências disso é ter veículos parados que em médio e longo prazos trarão prejuízos financeiros maiores à companhia.
A perda de oportunidades
Não importa o que ocorra com o veículo. Com o caminhão parado, a empresa perde oportunidades. Aquele ativo, se sua aquisição tivesse sido devidamente planejada, estaria atendendo aos interesses da organização, gerando lucro.
Assim, podemos dizer que a origem do problema está na falta de visão no momento da compra do caminhão. Mesmo quando a parada se dá em função de imprevistos, como manutenções de emergência ou atrasos nas entregas, fato é que veículos comprados de maneira estratégica dificilmente deixam de ser úteis, até porque é possível evitar contratempos por meio de ações preventivas.
Os custos fixos
Os custos de uma empresa precisam ser divididos entre fixos e variáveis. No caso dos variáveis, eles se dão em função da forma como as despesas aparecem. Assim, por exemplo, se o veículo roda mais tempo, então ele vai gastar mais combustível. Logo, este se trata de um custo variável.
Já os custos fixos aparecem não importando como a empresa usa seus ativos. E esse se torna um grave problema quando há um caminhão parado ou mais. Imagine ter que arcar com o IPVA, o DPVAT e o seguro sem ter o veículo à disposição.
Neste caso, sua empresa terá despesas, E sem ter o carro na rua, ela não terá como arrecadar o necessário para arcar com esse custo. Ao menos, para amenizar a incidência dele no fim de cada mês.
Em resumo, esse pode ser um problema enorme para o caixa.
Os atrasos
Caminhões que levam muito tempo para a carga e a descarga também estão parados. E isso compromete a empresa em termos logísticos. O motivo é que quanto maior é a demora para que esses processos se concluam, mais demorado será o processo de entrega.
Isso pode não parecer algo grave. Entretanto, quando os atrasos passam a fazer parte da rotina empresarial, eles podem estar por trás de prejuízos.
Pense em uma empresa que faz várias entregas ao longo do dia usando o mesmo veículo. Neste caso, quanto mais tempo ele ficar parado, mais lentas serão as entregas seguintes. Logo, isso pode comprometer e muito o negócio como um todo.
Os custos diários
É fato que problemas na demora para cumprir contratos podem ter origem na somatória de pequenos atrasos no dia a dia. E isso pode gerar problemas como a necessidade de a empresa arcar com horas extras dos condutores, além de outros custos quando tem que lidar com procedimentos inesperados.
Como exemplo, podemos citar a alimentação e a hospedagem. É por isso que os custos diários também devem ser considerados quando pensamos em problemas ocasionados pelos caminhões parados.
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O desgaste no caminhão
É ruim deixar de ter os veículos nas estradas e se ver incapaz de gerar lucro. Da mesma forma como é ruim o fato de a empresa ter que arcar com problemas que são fruto do mau uso desses ativos. É o caso do desgaste no motor, por exemplo.
Isso geralmente acontece quando o motorista não toma o devido cuidado e deixa o veículo ligado quando este está parado.
Problemas dessa natureza exigem que a empresa invista em manutenções constantes. Também fazem com que ela tenha sempre que providenciar reparos em peças e pneus. No fim, esse desgaste é um custo desnecessário. Ele poderia ser evitado com uma prática mais racional por parte dos condutores.
Como calcular os custos com o caminhão parado
O ideal é ter um parâmetro para avaliar se esses custos estão, de fato, comprometendo as finanças da empresa. Sendo assim, uma boa dica é considerar o custo da hora parada. Ele é chamado de CHP e pode ser medido em função de 3 elementos:
- custo fixo mensal do caminhão, que seriam as manutenções e demais despesas;
- o número total de horas trabalhadas com o caminhão no mês;
- a taxa de remuneração e administração do serviço.
É preciso dividir o custo mensal pelo valor total de horas trabalhadas. Em seguida, fazer a multiplicação pela taxa de remuneração.
Considere um caminhão que foi usado durante 200 horas no período. Ele tem uma taxa de remuneração de 0,8:
CHP = CFM / 200 x 0,8.
CHP = 1.600 / 200 x 0,8.
CHP = 1.600 / 160.
CHP = 10.
Assim, o custo do caminhão parado por hora seria de R$ 10. Esse pode ser entendido como o custo da imobilidade do veículo dentro do negócio.
Vale lembrar que o custo da imobilidade é apenas um daqueles que incidem nesse ativo da empresa. Além dele é preciso considerar também:
- o combustível;
- a revisão;
- as soluções adotadas para proteger o veículo como rastreamento e seguro;
- a depreciação do ativo e;
- as despesas variáveis que dependem da forma como o caminhão é usado.
Fato é que conhecer essas despesas e atuar sobre elas pode te ajudar a manter as contas em dia. E o que é melhor: fazer um controle que provavelmente seu concorrente não fará.
Os problemas legais
Também em relação à lei é preciso ter atenção ao que ela diz sobre o tema. De acordo com a lei de número 13.103/2015, o prazo limite para que seja feita a carga e a descarga é de 5 horas. Isso considerando o momento em que o veículo chegou até o local da entrega.
Superado esse limite, ainda que o veículo esteja parado, seu custo operacional precisa seguir sendo calculado. Assim, o tempo de espera que foi superado deve ser ressarcido.
A cobrança se dá em função da relação entre hora e tonelada. É preciso considerar o reajuste de acordo com a revisão do INPC.
Também é importante ficar de olho no valor do frete combinado entre as partes. Ele pode confirmar se a operação se deu de acordo com o esperado ou se deve incidir tarifas adicionais. Com o descumprimento da obrigação, a multa pode chegar a 5%.
Como prevenir os custos de um caminhão parado?
Existem caminhos que costumam funcionar quando a empresa se preocupa com os prejuízos de ter um caminhão parado.
É preciso, em um primeiro momento, ter atenção especial para o veículo a ser comprado. Ele precisa ser compatível com as demandas do negócio. Do contrário, a tendência é que seu uso se dê de maneira indevida e que os períodos do caminhão parado sejam maiores.
Também vale observar os critérios para manutenção. Podemos dizer que existem 3 tipos delas:
- a preventiva;
- a preditiva;
- a corretiva.
O ideal é que a empresa pense em estratégias para trabalhar com as 3. E que isso seja feito já no ato da compra do veículo. Importante destacar que, quanto mais qualificadas são as abordagens preventivas e preditivas, menor tende a ser o impacto das corretivas nos veículos.
Isso porque problemas como a troca de peças, por exemplo, podem ser identificados ainda em uma fase preliminar quando a empresa faz o devido acompanhamento desse ativo. Logo, eventuais reparos podem ser mais precisos, sem que os veículos precisem passar por inspeções mais caras e demoradas, capazes de comprometer a sequência do trabalho.
Esse é apenas um exemplo dos benefícios que uma empresa tem quando trabalha corretamente com as diferentes manutenções possíveis. Vale lembrar que outro deles é a maior vida útil dos veículos. E, neste caso, ela permite que mesmo quando chega o momento de se fazer manutenções corretivas, elas aconteçam de maneira muito menos trabalhosa e cara do que se não houvesse o acompanhamento do dia a dia do veículo.
Também vale a pena destacar a importância de se fazer o planejamento de rotas. Quando elas são devidamente programadas, problemas como o desgaste de peças, distância maior entre postos de combustíveis e até roubos, podem ser amenizados.
A realidade é que quando uma empresa conhece o caminho, ela tem como se preparar melhor para os deslocamentos e tornar mais produtivas as suas entregas. E isso tem tudo a ver com a qualidade dos caminhões no médio e longo prazo, já que veículos bem cuidados têm maior vida útil.
Uma dica é considerar sempre o prazo médio de carga e descarga de determinado produto. É em função desse controle que a empresa tem como garantir que não exista perda de tempo entre uma entrega e outra. Isso é possível de ser feito facilmente quando se trabalha com soluções como os rastreadores, que oferecem relatórios mais precisos a cada viagem.
A importância de um bom planejamento
Muito além do planejamento de rotas é importante pensar no planejamento da gestão de frotas como um todo. E esse é um desafio que o gestor de frotas deve assumir se quiser ter êxito nesse tipo de trabalho.
São essas dicas que vamos apresentar agora.
Observe a operação
A partir do entendimento de como se dá a operação é que o responsável pela gestão de frotas terá como tomar a melhor decisão em relação à melhoria dos procedimentos. Nesse sentido, o mais importante é avaliar o estado dos veículos, a maneira como os condutores têm atuado e até a qualidade das estradas.
Relatórios em relação ao desempenho de maneira geral também são muito úteis, já que eles têm como simplificar o acesso à informação.
A ideia é entender o que pode estar fazendo com que a rotina dos veículos traga custos desnecessários para a operação.
Decida o que deve ser melhorado
Uma vez identificados os causadores de gastos, fica muito mais fácil pensar nas ações que podem combatê-los.
A partir de então, a empresa tem como adotar medidas mais avançadas, sempre de acordo com aquilo que ela realmente precisa.
É o caso de rotas inadequadas. Quando se identifica um problema no trajeto geralmente utilizado é possível, entre outras soluções, pensar em percursos mais eficientes, evitando atrasos e garantindo entregas mais qualificadas ao cliente.
Faça o planejamento de ações
Logo, a empresa tem como criar um passo a passo com ações simplificadas e sofrendo menor incidência de imprevistos. Isso ajuda a evitar caminhões parados e problemas de outra natureza.
O ideal é que tudo seja devidamente estruturado para que o controle possa ser feito no dia a dia sem maior perda de tempo.
Enfim, manter o caminhão parado certamente é uma prática ruim que nem sempre o empreendedor consegue evitar. Entretanto, adotando práticas recomendadas é possível minimizar problemas dessa natureza e tirar o maior proveito de um ativo tão importante para as entregas.
Agora que sabe quais são os prejuízos de ter o caminhão parado, bem como as formas de evitar isso, confira também como fazer o controle de frotas do jeito certo.