A segurança, o desempenho dos veículos e a redução de custos nas operações logísticas são alguns dos pilares mais essenciais dentro de uma gestão de frotas. E neste contexto, uma prática muito comum inerente às manutenções dos automóveis e caminhões, destaca-se a recapagem de pneus.
Em outras palavras, essa é uma estratégia altamente aplicada em empresas de logística e que visa justamente equilibrar esses três fatores, garantindo assim operações seguras e agregando economia na gestão de peças e de manutenções.
E para explicar melhor o que é, como funciona e os benefícios dessa estratégia em sua gestão de frotas, nós preparamos este artigo com alguns destaques fundamentais sobre o tema.
Boa leitura!
O que é recapagem de pneus?
A recapagem de pneus é um procedimento que visa trocar a banda de rodagem desgastada por uma nova, proporcionando uma segunda vida útil aos pneus. Esse método é amplamente adotado por empresas e transportadoras devido à sua eficiência econômica, contribuindo também para práticas ambientalmente responsáveis.
Para se ter uma ideia, dados alarmantes revelam que cerca de 30% dos pneus são descartados prematuramente, muitas vezes por falta de informação e investimento. No Brasil, aproximadamente 450 mil toneladas de pneus são descartadas anualmente, destacando a urgência em adotar práticas sustentáveis, como a recapagem.
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Como é feita a recapagem de pneus?
O processo de recapagem de pneus é meticuloso, passando por diversas etapas que visam não apenas trocar a banda de rodagem, mas também restaurar o material para condições ótimas de desempenho.
A seguir, destacamos basicamente o passo a passo deste processo. Confira!
1. Limpeza e secagem
Após o recebimento dos pneus usados, é realizada uma limpeza detalhada para eliminar impurezas que poderiam interferir no processo de recapagem.
A inspeção precisa e eficiente depende de uma limpeza completa, que pode ser realizada a jato ou com escovas, garantindo a remoção completa de sujeiras.
2. Inspeção inicial
Com a carcaça limpa, a primeira inspeção visual é conduzida. Aqui, são verificadas espessura, quantidade de borracha, relação de altura/largura, partes da banda de colagem e aspectos internos.
Caso a carcaça apresente danos profundos, o processo é interrompido; do contrário, ela segue para a próxima etapa.
3. Raspagem
A raspagem da banda de rodagem é essencial para manter a rodagem uniforme e simétrica.
O objetivo é preparar a carcaça para receber a nova banda de rodagem, seguindo as especificações do pneu.
4. Escareação
Esta etapa é dedicada a reparar cortes e danos encontrados na carcaça, removendo partes oxidadas ou deterioradas.
A escareação contribui significativamente para a segurança e vida útil prolongada do pneu.
5. Consertos
Defeitos menores são tratados durante a escareação, mas problemas mais profundos são encaminhados para a área de consertos.
Aqui, ocorre a reconstrução da estrutura do pneu, evitando soluções temporárias que poderiam mascarar problemas maiores.
6. Enchimento
Uma borracha especial é aplicada para tampar e nivelar orifícios anormais no pneu, garantindo a calibragem adequada.
7. Segunda inspeção
Uma segunda inspeção é realizada para garantir a integridade e segurança do pneu recapado.
8. Aplicação de cola
Preparando o pneu para receber a nova banda de rodagem, uma cola especial é aplicada, removendo o excesso para garantir uma fixação adequada.
9. Banda de rodagem
A nova banda de rodagem é aplicada para restaurar a quantidade de borracha desgastada. A montagem é feita de acordo com o tipo de pneu, e um identificador é utilizado para manter a segurança e rastreabilidade das recapagens realizadas.
10. Vulcanização
O pneu recauchutado passa por um processo de vulcanização, submetido a condições específicas de temperatura, tempo e pressão. Este processo assegura a aderência ideal entre a carcaça e a nova banda de rodagem.
11. Inspeção final
Após a vulcanização, o pneu passa por uma última inspeção para garantir qualidade e segurança. Se aprovado, o pneu recapado está pronto para retornar à estrada.
Enfim, o processo de recapagem do pneu é complexo, visando garantir a máxima integridade e segurança dos pneus. Seguindo essas etapas corretamente, o resultado é um pneu com desempenho semelhante a um novo, pronto para enfrentar novos desafios e aventuras, ao mesmo tempo que contribui para a preservação do meio ambiente.
Qual a diferença entre pneus recapados e recauchutados?
Embora os termos "pneus recapados" e "recauchutados" possam parecer intercambiáveis, eles denotam processos distintos e podem - ou não - ser empregados em determinados tipos de pneus.
Quando se trata de veículos de carga, o processo empregado é a recapagem de pneus, que pode ser conduzida a frio ou a quente. Nesse procedimento, apenas a banda de rodagem do pneu é substituída por uma nova. A Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP) apoia a recapagem de pneus de carga, uma vez que esses pneus são concebidos para receber esse tipo de tratamento.
Já os pneus de passeio, vans e camionetas são fabricados com lonas de corpo (carcaça) feitas de tecidos têxteis, mais adequadas para o uso em altas velocidades, porém menos tolerantes à fadiga (stress-cracking). Por essa razão, esses pneus apresentam uma vida útil mais curta em comparação com os pneus de carga, que possuem estruturas de carcaça feitas de aço, projetadas para suportar condições específicas desde a concepção até a produção.
É seguro utilizar um pneu recapado na sua frota?
Todos os pneus saem da fábrica com a estrutura projetada para suportar o processo de recapagem.
A recapagem, um procedimento que envolve uma minuciosa série de testes na carcaça, deve ser conduzida por uma recapadora especializada e está em conformidade com normas internacionais de qualidade.
Com isso, após a aprovação desses testes, os pneus seguem para a fase de raspagem, na qual recebem uma nova camada de borracha.
Posteriormente, durante a vulcanização a 110º C, os pneus estarão aptos para retornar à estrada com segurança e durabilidade.
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Como saber o momento certo para fazer a recapagem de pneus?
Identificar o momento adequado para realizar a recapagem é crucial e pode ser feito por meio do TWI (Tread Wear Indicator), o indicador de desgaste da banda de rodagem localizado transversalmente no sulco do pneu.
É importante ressaltar que o Contran estabelece que a profundidade mínima do sulco do pneu seja de 1,6 milímetro, uma regra aplicável a todos os tipos de veículos. O não cumprimento dessa medida pode resultar em penalidades, incluindo multas.
Conforme o artigo 230 do Código de Trânsito Brasileiro, conduzir um veículo em mau estado de conservação, comprometendo a segurança, ou reprovado na avaliação de inspeção de segurança e de emissão de poluentes e ruído é considerado infração.
Caso o condutor seja flagrado utilizando um pneu nessas condições, estará sujeito a uma infração grave, implicando em multa de R$ 127,68 e a adição de cinco pontos à habilitação.
Quais os benefícios da recapagem de pneu de sua frota?
Ao considerar a recapagem de pneus para sua frota, é essencial compreender os diversos benefícios associados a esse processo.
Seja para um condutor autônomo ou uma empresa, a decisão de recapar pneus não se limita apenas a estender a vida útil das peças, mas também a promover segurança e eficiência operacional.
A seguir, destacamos as principais vantagens dessa prática.
1. Mantém as especificações do fabricante
Optar pela recapagem de pneus implica seguir rigorosamente as orientações do fabricante. Esse processo assegura que todas as características originais do pneu sejam preservadas, proporcionando uma nova vida útil de forma segura.
Ao manter as especificações do fabricante, você garante que os pneus recapados continuem atendendo aos padrões de desempenho e segurança estabelecidos.
2. Mais economia
A recapagem de pneus é uma estratégia econômica que oferece uma série de vantagens financeiras. Ao adiar o descarte da carcaça e investir na reforma do pneu, há uma significativa redução nos custos associados à aquisição de novos pneus de fábrica.
Esse processo não apenas amplia o ciclo de vida útil dos pneus, mas também contribui para a economia da empresa, podendo resultar em uma economia superior a 50% em comparação com a compra de pneus novos.
No entanto, é crucial que o processo de recapagem seja realizado com responsabilidade, incluindo manutenção periódica tanto nos pneus quanto no veículo. Essa abordagem integrada garante uma gestão eficiente dos recursos e uma economia sustentável ao longo do tempo.
Confira esse passo a passo para a redução do custo com a frota!
3. Ajuda ao meio ambiente
Um dos benefícios mais significativos da recapagem de pneus é seu impacto positivo no meio ambiente. O descarte inadequado de pneus usados é um problema ambiental comum, causando transtornos e danos diretos à natureza.
No Brasil, a produção industrial destina cerca de 70% da borracha para a fabricação de pneus, gerando aproximadamente 500.000 toneladas de resíduos de borracha anualmente.
A recapagem é uma forma de reciclagem, contribuindo para a preservação do meio ambiente ao minimizar a quantidade de resíduos de pneus descartados de maneira inadequada.
Ao escolher a recapagem, sua empresa participa ativamente da sustentabilidade ambiental, reduzindo o impacto ambiental negativo associado ao descarte de pneus.
4. Você tem praticamente a mesma qualidade
Ao optar por uma empresa certificada e de qualidade para realizar a recapagem, é possível alcançar praticamente a mesma qualidade de um pneu novo.
O processo de recapagem, quando executado corretamente, proporciona uma restauração eficaz do pneu usado, garantindo alta qualidade para uso diário e o cumprimento eficiente de todos os compromissos de carga.
5. Evita graves acidentes
Um dos benefícios mais relevantes da recapagem de pneus é a contribuição para a prevenção de graves acidentes nas estradas.
De acordo com o Observatório Nacional de Segurança Viária (Onsv), o estado inadequado dos pneus é um fator significativo em acidentes graves de trânsito no Brasil. Optar pela recapagem colabora diretamente para a redução desses incidentes, promovendo a segurança nas estradas brasileiras.
Em suma, os benefícios da recapagem de pneus vão além da simples extensão da vida útil dos pneus, abrangendo aspectos econômicos, ambientais e de segurança. Ao integrar a recapagem como parte das práticas de manutenção da frota, sua empresa contribui para a eficiência operacional, redução de custos e preservação do meio ambiente, enquanto promove a segurança nas estradas.
Quando optar pela recapagem de pneus em caminhões?
A decisão de optar pela recapagem de pneus em caminhões requer uma análise criteriosa de diversos fatores, visando garantir a eficácia, segurança e economia.
Aqui estão alguns indicadores cruciais que podem orientar essa decisão:
Desgaste uniforme
Um dos sinais mais evidentes para considerar a recapagem é o desgaste uniforme dos pneus.
Sendo assim, se os pneus apresentam uma distribuição equitativa da banda de rodagem, indicando um padrão consistente de desgaste, a recapagem torna-se uma opção viável.
O desgaste uniforme sugere que a recapagem pode restaurar efetivamente a banda de rodagem, prolongando a vida útil do pneu.
Condições estruturais dos pneus
Antes de decidir pela recapagem, é essencial avaliar as condições estruturais dos pneus. Inspeções detalhadas devem ser realizadas para identificar qualquer dano estrutural, cortes profundos ou comprometimento da carcaça.
Se os pneus apresentam boas condições estruturais, estão mais propensos a passar pelo processo de recapagem com sucesso.
Profundidade adequada dos sulcos
A profundidade dos sulcos é um indicador crítico para determinar a viabilidade da recapagem.
Pneus com sulcos desgastados além dos limites mínimos comprometem a aderência e a segurança.
Portanto, antes de optar pela recapagem, certifique-se de que a profundidade dos sulcos atende aos padrões de segurança estabelecidos. Caso a profundidade seja adequada, a recapagem pode ser uma alternativa eficaz para estender a vida útil do pneu.
Como vimos, a recapagem de pneus em caminhões é uma prática estratégica quando realizada no momento certo, levando em consideração o desgaste uniforme, as condições estruturais dos pneus e a profundidade adequada dos sulcos.
Dessa forma, ao adotar uma abordagem proativa na manutenção da frota, os gestores podem otimizar custos, promover a sustentabilidade e garantir um desempenho seguro nas estradas.
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