O giro de estoque é um índice que mostra quantas vezes uma determinada mercadoria foi vendida e reposta no estoque. Ele também aponta a quantidade de produtos armazenados no depósito.
Acompanhar o giro de estoque no armazém é papel fundamental de uma boa gestão logística. Essa prática permite que o gestor entenda e monitore, de fato, o que entra e sai das prateleiras da empresa, além de reduzir custos, diminuir as perdas de produtos e aumentar a lucratividade do negócio.
Embora a elaboração desse procedimento pareça algo simples e básico, existem formas diferentes de se calcular o giro de estoque de uma empresa, assim como metodologias e ferramentas específicas para isso.
Outros fatores que precisam ser levados em consideração, e que podem tornar esse processo um pouco mais complexo, são as diversidades de produtos a serem analisados, questões de periodicidade e os métodos de comparação com as previsões de vendas, entre outros.
Nesse contexto, e para facilitar a vida do gestor, preparamos este artigo com dicas e soluções de como calcular o giro de estoque – e conforme a necessidade da empresa. Continue a leitura e confira!
O que é giro de estoque e qual a importância de calculá-lo?
O giro de estoque, ou taxa de rotatividade, é um parâmetro utilizado para mensurar o desempenho de um estoque dentro de um armazém, centro de distribuição ou empresa.
Esse cálculo permite analisar e monitorar a frequência de saída de determinados itens das prateleiras, realizar uma comparação com base nas previsões de vendas, ajustar produções e armazenagens de produtos, avaliar a qualidade das mercadorias estocadas, realizar metas futuras e otimizar a gestão do armazém.
Além de todas as funcionalidades mencionadas acima, os dados gerados em um cálculo de giro de estoque permitem avaliar a saúde financeira da organização e orientar as tomadas de decisão dos gestores.
Geralmente, o giro de estoque é feito dentro de períodos pré-determinados, como anual ou semestral. No entanto, isso não deve ser considerado como uma regra única. A periodicidade, assim como a metodologia aplicada, pode variar conforme as necessidades e especificidades de cada negócio.
Após a escolha do método e do prazo para realizar o cálculo do giro de estoque, o gestor deverá identificar o número de vezes em que uma mercadoria "gira" dentro do armazém e o seu tempo médio de armazenagem.
Com essa prática, será possível registrar quais produtos têm mais frequência de vendas, quais passam mais tempo nas prateleiras, os custos e lucros dessas operações, entre outros índices importantes.
Muito mais do que apenas saber calcular o giro de estoque, é fundamental entender o porquê de realizar essa prática e obter a devida eficiência. Afinal, como tudo na logística, as atividades só trarão resultados reais caso sejam praticadas com uma visão estratégica, organizada e com muito planejamento.
De maneira mais simples: o giro de estoque só faz sentido quando segue esses mesmos preceitos acima. Caso contrário, servirá apenas para gerar números e dados de pouco efeito prático e nada eficiente.
Então, como calcular de forma eficiente um giro de estoque para a sua empresa? É importante lembrar que cada organização tem suas próprias características e especificidades, que devem ser consideradas na hora do cálculo.
Os gestores precisam levar em consideração os tipos de produtos que serão analisados, as previsões realizadas pela equipe de vendas, o custo de cada item parado na prateleira e o período para a avaliação,
Também é preciso estar atento aos fatores externos que podem ter influência direta no "giro", como periodicidade de pedidos, crises econômicas, fenômenos e acontecimentos no mercado, mudanças de hábitos e consumo do público, ações da concorrência, decisões governamentais, entre outros.
Ou seja, apesar de haver metodologias prontas e orientações técnicas de como calcular o giro de estoque, cada gestor precisa considerar as necessidades e objetivos específicos de seu negócio. Somente dessa forma será possível produzir resultados reais.
Quais os benefícios do alto giro de estoque?
Quando bem administrado, o giro de estoque permite que as operações comerciais alcancem seu potencial máximo, impactando positivamente as finanças do negócio. Dentre os benefícios, podemos citar:
Redução dos custos de armazenamento
Com a rápida venda das mercadorias, os custos de manutenção e armazenagem reduzem significativamente. Outros fatores que geram despesas também tendem a desaparecer, como desvalorização da mercadoria ou produtos danificados.
Melhoria do fluxo de caixa
Um alto giro de estoque também pode melhorar o fluxo de caixa, já que a empresa vende os produtos e gera caixa com uma maior frequência. Assim, a empresa tem mais recursos financeiros e pode investir em outras áreas do negócio.
Minimização do risco de obsolescência
Grandes compras para o estoque podem trazer riscos como mercadorias paradas no estoque. Os produtos podem ser tornar obsoletos, uma vez que o mercado está sempre evoluindo e eles podem deixar de ser interessantes rapidamente. Desse modo, ao se controlar bem o giro de estoque, o risco de obsolescência é reduzido, assim como as perdas financeiras.
Aumento da lucratividade
A lucratividade da empresa pode ser potencializada com um controle eficiente do giro de estoque, isso porque os custos relacionados ao armazenamento excessivo e a obsolescência de mercadorias é bastante reduzido.
Outro ponto positivo é que, o alto giro também permite que a empresa atenda com maior rapidez às mudanças na demanda do mercado, aumentando suas vendas e, consequentemente, as suas receitas.
Otimização do espaço físico
O alto giro de estoque também permite elimina a necessidade de um grande espaço físico para armazenagem, já que as mercadorias não ficam muito tempo paradas. E, aliada a isso, uma boa comunicação com os fornecedores, possibilita que a empresa opere com um estoque bem enxuto, diminuindo os custos com armazenamento, como já mencionado acima.
Eficiência operacional
Outra vantagem é que o giro de estoque melhora a eficiência operacional da organização, uma vez que os colaboradores podem se concentrar nas vendas e na gestão de estoque mais eficiente, em vez de se preocupar com o armazenamento excessivo de mercadorias.
Satisfação do cliente
A melhora na satisfação do cliente é outro benefício que a empresa pode ter com um giro de estoque eficiente. Isso porque será possível oferecer prontamente produtos mais atuais e frescos, fidelizando os clientes e melhorando a reputação da marca.
Melhores tomadas de decisão
Quando os gestores sabem fazer um eficiente giro de estoque, eles saberão exatamente quais produtos precisam ser pedidos ou remanejados. Além disso, será possível ter uma visão de quais setores estão com baixo desempenho e, assim, criar estratégias especificas para resolver eventuais problemas.
E como calcular, na prática, o giro de estoque?
Agora que já ficou clara a importância do giro de estoque, vamos explicar como fazer o cálculo, na prática.
Lembrando que o giro de estoque é quantas vezes o estoque foi vendido e reposto totalmente em determinado período, a fórmula fica assim:
Giro de estoque = Total de vendas / Volume médio de estoque*
*O giro de estoque é igual ao total de vendas dividido pelo volume médio de estoque.
Veja, a seguir, alguns exemplos reais, que podem servir de modelo para o seu negócio.
Vamos supor que uma loja tenha um estoque médio de 400 unidades para um determinado produto, enquanto a sua equipe de vendas é responsável pela saída de 3.600 unidades a cada ano. Ou seja, com base nesses dados, podemos calcular o giro de estoque da seguinte forma:
3.600/400 = 9
Isso significa que esse mesmo produto "gira" no estoque 9 vezes ao ano. Em outras palavras, a empresa precisa repor as suas prateleiras 9 vezes dentro desse período.
Observe que o exemplo se refere a um caso básico, e que considera apenas um único produto no estoque.
No entanto, na prática de um armazém, sabemos que a realidade não é bem essa. É natural que uma empresa opere com diversos itens, entre eles, aqueles que vendem mais e outros menos, uns mais caros e outros mais baratos, entre outras especificidades.
Para isso, é possível categorizar os produtos e realizar o cálculo do giro de estoque por centro de custos, ao invés de quantidades exatas.
Diferentemente do exemplo anterior, ao invés de considerarmos o estoque médio em quantidades, vamos supor que o mesmo produto custe R$ 6 a unidade. Sendo assim, chegaremos ao valor de R$ 2.400 para o estoque médio da empresa (400x6) e, por fim, um volume de vendas de R$ 21.600 ao final do ano (3.600x6).
Nesse caso, calculamos o giro de estoque por centro de custo da seguinte forma:
21.600/2.400 = 9
Ou seja, chegamos ao mesmo giro de estoque do exemplo anterior, porém, a partir de parâmetros diferentes.
Vale destacar que, independentemente do modelo e metodologia seguida, caso o resultado seja menor que 1, é sinal de que seu produto não está "girando" como deveria. Em outras palavras, esse resultado indica que o item entrou na prateleira dentro do período determinado, mas ainda não teve necessidade de reposição. A partir daí, cabe ao gestor identificar os reais motivos e tomar as decisões necessárias.
Como calcular o tempo médio das reposições?
Toda análise em logística precisa ser estratégica e o mais detalhada possível para não gerar apenas números e dados de baixo, ou até mesmo nenhum, efeito para a gestão.
Dessa forma, reforçamos que saber simplesmente o giro de estoque nem sempre é suficiente para tomadas de decisão, revisão de metas e ações mais diretas. Aliás, isso vai variar muito de empresa para empresa, e também de determinadas especificidades dos produtos.
Aproveitando o mesmo caso anterior, os resultados encontrados para o giro de estoque da loja não consideram, por exemplo, a periodicidade das vendas, concorda?
Ou seja, ao destacarmos que a empresa vende 3.600 unidades do produto em um ano, dá a entender que a frequência de giro é constante nesse período, e seria possível, a partir desses dados, dizer que a loja vende 300 produtos exatos por mês (3.600/12).
Mas qual empresa opera dessa forma? Sendo assim, se, de fato, a empresa apresenta uma constante mensal de vendas, é possível calcular o tempo médio do giro de estoque da seguinte forma:
365 / 9 = 40,5*
*total de dias do ano, dividido pelo número do estoque do exemplo) é igual ao tempo médio.
No exemplo acima, foram necessárias 9 reposições de estoque durante o ano, que ocorreram, em média, a cada 40,5 dias.
No entanto, a realidade de grande parte das empresas não segue essa constante mensal de vendas e, muitas vezes, há picos ou quedas de demandas, de acordo dependendo o período do ano.
Para isso, é indicado considerar outros parâmetros para o cálculo do giro de estoque, como a redução do prazo de análise (semestral, trimestral ou mesmo mensal), comparação com históricos de anos anteriores, categorização por períodos específicos como Natal, Dia das Mães, Dia dos Namorados, entre outros.
Quais os pontos cruciais para um giro de estoque eficiente?
Depois de entender como calcular o giro de estoque, é muito importante que o gestor leve em consideração alguns pontos fundamentais na prática da atividade, com o objetivo de gerar resultados positivos para a empresa.
Trabalhe sempre com previsões de vendas
Calcular o giro de estoque de um determinado produto trará ao gestor o número de reposições realizadas dentro do período. Esse resultado pode ser um tanto vago se não houver como compará-lo a uma meta ou previsão de venda pré-definida.
Para isso, considere estabelecer um número ideal de vendas dentro do período analisado, para fins de comparação com o que, de fato, está sendo movimentado. Dessa forma, o giro de estoque deixa de ser apenas um índice de análise e pode contribuir para tomadas de decisão, ações mais agressivas para agilizar os pedidos ou mesmo revisões das metas.
Realize inventários frequentes
Um dos pontos mais importantes para calcular um giro de estoque é trabalhar com base em dados e números reais. Além do controle de vendas, é fundamental ter a garantia de números exatos da gestão de estoque, a quantidade certa de itens disponíveis nas prateleiras, o tempo de armazenagem de cada produto, as perdas e custos, entre outros fatores.
Para isso, a prática do inventário se torna fundamental dentro da gestão, e precisa ser frequente na empresa. A partir dela, é possível recontar os itens, atualizar os números, comparar vendas e reorganizar o estoque, entre outras ações.
Organize os pedidos de compras
Um dos objetivos de calcular o giro de estoque é equilibrar a frequência de compras, de acordo com as demandas de vendas. Ou seja, quanto maior o resultado do cálculo, mais constantes serão os pedidos de reposição, ou o contrário.
Sendo assim, é fundamental que o setor de compras esteja devidamente integrado à logística e às vendas, justamente para evitar pedidos em excesso ou abaixo do necessário em cada período.
Opere sempre com um estoque mínimo
Produtos parados muito tempo na prateleira significam aumento de custos, enquanto a falta deles pode gerar atrasos e gargalos na distribuição. Por isso, o giro de estoque tem papel crucial dentro do planejamento do supply chain e, portanto, precisa orientar o gestor a respeito do estoque mínimo ideal para garantir a eficiência da logística.
O estoque mínimo garante mais segurança em caso de aumento de demanda inesperado, assim como um aproveitamento melhor dos espaços físicos do armazém.
Considere a periodicidade de vendas no ano
Como vimos, dificilmente uma empresa mantém a mesma constante de vendas dentro de um ano. Em geral, há datas e períodos variáveis que apresentam giros maiores do estoque e, portanto, isso deve fazer parte do planejamento de vendas e de compras do negócio.
O ideal é fazer sempre um comparativo com os mesmos períodos em anos anteriores. Por isso, o gestor precisa sempre estudar a situação atual do mercado, acompanhar as ações da concorrência e, sempre se basear em dados e números reais da sua própria gestão.
Incentive o giro de estoque quando preciso
Baixas de pedidos, fatores externos, erros de planejamentos ou mesmo crises econômicas podem influenciar nas previsões e execuções de vendas em uma empresa. Por isso, muitas vezes é necessário agir e tomar decisões que incentivem o giro de estoque dentro do período, no intuito de fomentar os pedidos e evitar perdas ou custos não previstos pela gestão.
Entre as possibilidades para aumentar o giro de estoque, é possível, por exemplo, criar promoções, campanhas de marketing, montagem de kits de vendas, incentivar equipes, flexibilizar as negociações e ofertar algumas facilidades ao mercado.
Invista em tecnologia de gestão de estoque
Em tempos de logística 4.0, é absolutamente imprescindível aplicar ferramentas tecnológicas na gestão de estoque. Atualmente, um sistema WMS é peça-chave em qualquer empresa de distribuição, pois possibilita otimizar cada etapa do supply chain e, consequentemente, melhorar as análises e controle do giro de estoque.
A possibilidade de identificar produtos por especificidade, como datas de validade, número de lotes, tipo de SKU, entre outras, já faz diferença no controle e permite um cálculo mais detalhado e apurado do giro de estoque.
Além disso, a praticidade dos coletores de dados, a rastreabilidade total dos itens no armazém e o alto nível de acuracidade que o sistema WMS proporciona para a gestão, permitem aos gestores uma visão muito mais ampla e com base em dados, números e resultados reais de sua logística.
Em resumo, saber como calcular o giro de estoque na empresa deve ir além de um simples controle e monitoramento do que entra e sai das prateleiras. É fundamental que essa atividade seja realizada, de fato, de forma eficiente e estratégica, visando reduzir custos, evitar perdas, otimizar processos operacionais, melhorar vendas e, principalmente, proporcionar experiências positivas ao mercado.
Para tanto, o uso da tecnologia aplicada ao gerenciamento de estoque é mais do que necessária! Ficou interessado? Aproveite para conhecer algumas de nossas soluções e ferramentas e transforme a logística da sua empresa, aumentando o giro de estoque, melhorando os resultados do negócio e tornando-se uma referência de qualidade!