Estruturas de armazenagem adequadas fazem toda a diferença dentro de um processo logístico. A realidade é que, para que o supply chain de uma organização seja considerado eficiente, é fundamental que haja uma integração completa de processos e etapas operacionais.
Isso começa com o recebimento dos produtos nas docas do armazém, e só termina com o carregamento para a entrega. No entanto, essa eficiência não se baseia apenas em métodos e ferramentas tecnológicas aplicadas à logística. É preciso, também, contar com boas estruturas de armazenagem!
Para tanto, nada melhor do que saber quais são os principais tipos delas e como adotar no seu negócio.
Afinal, o que são estruturas de armazenagem na logística?
Dentro de armazéns, galpões ou de qualquer ambiente de estoque de produtos, certamente, existem estruturas de armazenagem disponíveis no espaço físico. Sua função é estocar e organizar os itens da empresa.
No entanto, tais estruturas não se limitam apenas a essas funções. Pelo contrário! Assim como tudo na logística, a armazenagem precisa:
- ser planejada;
- contar com funcionalidades estratégicas;
- reduzir custos e riscos;
- otimizar tempo e trabalho.
Sendo assim, as estruturas de armazenagem podem ser consideradas elementos básicos dentro de um armazém. Seu propósito principal não é só de organizar e estocar produtos. É também otimizar operações, o uso do espaço físico e, claro, melhorar a eficiência do supply chain de maneira geral.
A questão é que diferentes empresas trabalham com diferentes produtos. E isso exige delas uma adaptação logística. Não faz sentido organizar uma estrutura de armazenagem para produtos de pequeno porte da mesma forma como se faz para produtos de grande porte.
Essas situações diferentes envolvem uma série de abordagens que precisam ser consideradas. Assim, diversas estruturas de armazenagem foram desenvolvidas no mercado ao longo dos anos. Elas podem ter funcionamentos, tamanhos e propósitos diferentes. E a finalidade é atender às mais variadas necessidades da logística interna de uma empresa.
Por que é importante ter um sistema de armazenagem?
O sistema de armazenagem torna o processo de reposição ainda mais estratégico. E isso faz toda a diferença. Até algum tempo atrás, era possível para as empresas não dar tanta importância para a rapidez e eficiência do estoque. Hoje, entretanto, essa deficiência representa uma possibilidade a ser explorada pela concorrência.
O fato é que, com o nível de competitividade elevado entre as empresas, aquelas que conseguem sofisticar sua operação logística levam vantagem.
Por isso, é fundamental saber como aproveitar os espaços, bem como diminuir os custos logísticos e amenizar os prejuízos com os deslocamentos nas entregas. Conseguindo isso, é possível qualificar os processos.
Para tanto é preciso montar uma estrutura de armazenagem adequada. E, de preferência, com espaço para que pessoas e equipamentos sejam movimentados adequadamente.
Confira, a seguir, motivos ainda mais específicos para contar com um sistema de armazenagem.
Aumenta a produtividade e reduz custos a partir do estoque
Com a disponibilidade de itens no estoque, a empresa tem como operar de acordo com sua capacidade produtiva. Nesse sentido, pensar em uma estrutura de aprendizagem adequada é essencial. É o que permite a ela absorver toda a necessidade de estoque e garantir o máximo de eficiência operacional possível.
Da mesma forma, quando há excesso de itens, o custo da manutenção acaba se tornando maior. Já quando o nível do estoque se torna inferior àquilo que é necessário, a consequência, geralmente, é a elevação do custo com compras de última hora.
De qualquer maneira, estruturas de armazenagem adequadas ajustam esse problema. Empresas que contam com isso adotam modelos compatíveis com a realidade do empreendimento. Por isso, é possível otimizar os espaços e reduzir não só os desperdícios como também os custos.
Aumenta a segurança e melhora a organização
Do ponto de vista operacional, a estrutura de armazenagem e equipamentos adequados ajudam muito. Toda a movimentação tende a acontecer de maneira mais racional com a presença deles. E isso ajuda a evitar erros, inclusive, aqueles capazes de causar acidentes - em especial quando a equipe é devidamente treinada para realizar as atividades do jeito recomendado.
Organização e planejamento são essenciais para que um negócio tenha sucesso. É preciso primeiro pensar em como as ações serão realizadas, e, em seguida, ter como avaliar se há evolução. Com o sistema de armazenagem, é possível criar condições técnicas e físicas, fazendo com que o almoxarifado funcione de acordo com o que a empresa e seus clientes precisam.
Nesse sentido, surgem ganhos em relação às questões legais, características físicas dos locais, entre outros. E eles podem se tornar elementos centrais na construção de um espaço mais organizado - estrategicamente falando, capaz de gerar frutos em termos de resultados.
E quais os principais tipos de estruturas de armazenagem?
Porta Pallets
Uma das estruturas de armazenagem mais populares e utilizadas entre as empresas. Sua aplicação se faz quando é necessária uma seletividade nas operações de carregamento.
Em outras palavras, o porta pallets é usado quando as cargas do armazém são variadas e diversificadas. Com ele, é possível ter uma movimentação mais fácil dos itens, em qualquer posição da estrutura.
Em geral, essas estruturas de armazenagem demandam maior grade do armazém. Porém, seu uso compensa por conta da seletividade proporcionada e da rapidez nas operações.
Uma alternativa para otimizar o espaço ocupado do estoque é trabalhar com a verticalização dos porta pallets. O motivo é que são estruturas robustas e seguras para isso.
Entre as estruturas, criam-se corredores para a movimentação de empilhadeiras, outros maquinários e operadores.
Dependendo do tipo de equipamento utilizado na logística interna da empresa, esses corredores podem ser adaptáveis e flexíveis em relação ao seu layout.
Vale ressaltar que a largura dos corredores no armazém é livre e versátil. Isso varia conforme as necessidades e especificidades das operações do armazém. Em geral, essa medida leva em consideração a dimensão entre os paletes e não entre as colunas da estrutura.
Outra vantagem do porta pallet é o baixo custo de implementação em relação a outras estruturas de armazenagem. Também possibilita estocar diferentes tipos de SKUs, tamanhos e pesos.
Além disso, essa estrutura pode ser adaptável para estocagem de itens não paletizados, por exemplo, caixas, caçambas, chapas, entre outros.
Push-back
Outro sistema de armazenagem eficiente é o push-back. Nele, a empilhadeira transporta cada carga paletizada sobre um trilho. Este conta com diferentes níveis, garantindo a estocagem de até quatro paletes por profundidade.
Essa estrutura de armazenagem também é conhecida como Glide In (Gravity Feed) e como a tradução já sugere, é alimentada por força da gravidade.
Com isso, o Push-back garante o aumento da produtividade na movimentação de produtos, expande a densidade de estocagem de itens e proporciona economia operacional na armazenagem de diferentes tipos de cargas.
O Push-back é uma das estruturas de armazenagem indicadas para aumentar a densidade do estoque sem necessariamente exigir investimento em equipamentos para a movimentação das cargas, já que os paletes ficam posicionados nos corredores e com fácil acesso para carregamento.
Assim, em qualquer nível que o item se encontre, é possível acessá-lo sem precisar descarregar os demais inferiores.
Entre as principais vantagens proporcionadas pelo sistema Push-back de armazenagem, vale destacar:
- otimização do espaço físico de armazenagem;
- maior produtividade operacional;
- maior agilidade no fluxo de materiais;
- mais organização no estoque;
- agilidade nas operações de inventário;
- utilização dos sistemas LIFO durante transferências logísticas.
Flow-Rack
Entre as principais estruturas de armazenagem, o Flow-Rack se destaca por ser indicado para pequenos volumes, mas com alta rotatividade de movimentação.
É um sistema utilizado para otimizar a etapa do picking, facilitando a separação de pedidos e permitindo a implementação do método FIFO no estoque.
No Flow-Rack, a mercadoria fica em um plano inclinado com trilhos e se movimenta por meio de pequenos rodízios deslizantes e por força da gravidade. Dessa forma, o produto consegue chegar até a outra extremidade da estrutura sem precisar de equipamentos específicos, operadores ou maquinários.
É muito utilizada para a separação manual de pedidos e, com isso, ajuda o processo de picking e packing no armazém. Em uma analogia simples, é como se fosse uma esteira de supermercado.
Por depender de operadores humanos para esses processos, o Flow-Rack costuma ser implementado com pouca altura, quase sempre na parte inferior de um porta pallet convencional.
Cantilever
É um sistema de armazenagem que permite uma boa seletividade de produtos e velocidade considerável para o movimento dos mesmos. O cantilever é altamente recomendado para itens de comprimento maior, como barras e tábuas de madeira.
Em geral, a estrutura é destinada a cargas estocadas pela lateral, especialmente por empilhadeiras.
Costuma ser um sistema de custo mais elevado, principalmente em relação às demais estruturas de armazenagem exemplificadas acima.
É composto por colunas centrais e por braços robustos para suporte dos itens, em uma espécie de "árvore metálica".
Dependendo do espaço e tipos de carga estocada, o cantilever pode ser substituído por outras estruturas de armazenagem, como cantoneiras perfuradas implantadas no sentido horizontal e vertical.
Desse jeito, formam-se quadros na estrutura, nos quais é possível estocar diferentes tipos de cargas de maneira frontal.
Essa alternativa costuma requerer investimentos muito mais viáveis em relação ao cantilever, além de cumprir bem o papel dessa estrutura. Por outro lado, ela também exige movimentação manual do estoque, acarretando mais tempo e trabalho dos operadores.
Estrutura dinâmica
As estruturas de armazenagem dinâmicas permitem uma rotação automática das cargas, garantindo, assim, a implementação do sistema FIFO, tendo em vista que, por sua configuração, o palete é alocado em uma extremidade e, por meio de roletes, consegue deslizar até o outro extremo.
Isso garante uma grande concentração de mercadorias, já que opera somente com dois corredores para a movimentação, sendo um dedicado ao abastecimento dos itens e o outro para a retirada do palete.
A estrutura dinâmica costuma ser implementada para armazenagem de produtos alimentícios, pois melhora o controle de validade e outras especificidades desse tipo de carga.
Em relação ao investimento, pode-se considerar esse sistema como um dos mais caros dentre as principais estruturas de armazenagem, visto a sua eficiência produtiva e sua funcionalidade de otimizar a movimentação pelas características do produto (prazo de validade, número de lote, fabricante etc.).
Drive-in e Drive-Thru
Um dos principais diferenciais do sistema Drive-In na armazenagem é a otimização do espaço físico, tendo em vista a necessidade de apenas um corredor frontal para a movimentação dos produtos no estoque.
Esse sistema se assemelha a um porta pallet implementado unicamente para cargas não variadas e quando não se operam mercadorias de alta seletividade.
Além disso, o Drive-In é indicado para movimentação de baixa velocidade, o que pode aumentar riscos de acidentes caso o armazém busque aumentar a demanda, muito além da capacidade do sistema.
Pensando nessa necessidade de muitas empresas, hoje, o sistema Drive-In mais comum é de perfil laminado, o que garante uma maior resistência a eventuais impactos e permite, assim, aumentar a segurança ao longo da operação.
Entre algumas de suas vantagens, o Drive-In oferece uma alta densidade de armazenagem, desde que os produtos não sejam variados.
Por isso, o sistema é considerado de baixo custo de investimento em relação a outras estruturas mais robustas. Ao mesmo tempo, ele atende perfeitamente às necessidades de muitas empresas com baixa variedade de cargas movimentadas. Deve ser utilizado principalmente em sistemas de inventário do tipo LIFO.
Já em relação ao sistema Drive-thru, a estrutura é basicamente a mesma, porém seu uso é mais associado ao método FIFO de armazenagem.
Seu acesso de mercadorias é pela parte traseira da estrutura, formando, assim, corredores mais longos.
Em geral, tanto no Drive-in, como no Drive-thru, a formação de corredores muito extensos tende a impactar a velocidade das operações, já que eles aumentam o percurso das empilhadeiras e fazem com que o operador precise retornar de marcha ré.
Autoportantes
Essas são estruturas de armazenagem assemelhadas a um porta pallet convencional, com a diferença de que não há a necessidade de construção de um edifício.
Com isso, os autoportantes permitem otimizar o uso do espaço vertical no armazém e costumam requerer investimentos menores de implementação, tendo em vista que a estrutura será utilizada como suporte para o fechamento lateral e como cobertura para as cargas.
Transelevadores
Apesar de não serem necessariamente estruturas de armazenagem, os transelevadores são equipamentos completamente ligados à movimentação de materiais em porta pallets.
A partir desse tipo de tecnologia, é possível otimizar ainda mais a verticalização dos estoques, aumentando a concentração de itens em grandes alturas no armazém e operando com mais rapidez e segurança.
Transelevadores possibilitam o aproveitamento melhor do espaço vertical e agilizam a movimentação de produtos por meio do sistema FIFO.
Carrossel
Nesse sistema, existe uma estrutura com prateleiras contínuas. Elas deslizam de maneira horizontal de modo que as mercadorias sejam direcionadas até o local da expedição. A ideia é que os produtos dentro das prateleiras cheguem com maior facilidade até as mãos dos funcionários.
No modelo carrossel, é possível contar com uma maior economia com equipamentos de movimentação, e essa talvez seja sua marca registrada. Isso acontece porque o carrossel consegue abranger uma área considerável do armazém, e isso faz com que seja desnecessário usar outro equipamento para movimentação.
A desvantagem é que essa não é uma estrutura indicada para itens mais volumosos e pesados.
Mezanino
Neste caso, assim como ocorre com os racks e os porta pallets, o mezanino também segue o conceito da verticalização dentro dos armazéns. Só que, neste caso, a estrutura apresenta um tipo de elevação que se parece com um segundo andar no local.
Isso porque, nessa estrutura, a regra é melhorar o aproveitamento de espaço, mas sem modificar de maneira tão impactante a edificação. Assim, o mezanino permite a ocupação da superfície em cima e embaixo dele.
Em resumo, essa é uma estrutura que permite o trabalho com diferentes opções. Logo, ela é tida como muito versátil. É por isso que empresas adotam o sistema pensando em otimizar seus processos de estocagem e outras finalidades.
O que levar em conta na hora de investir em estruturas de armazenagem?
Tipo de carga
É importante conhecer quais são os tipos de cargas, suas características e especificidades para a movimentação interna.
Empresas podem trabalhar com cargas frigoríficas, a granel, cargas vivas, indivisíveis, secas, perigosas, entre outras. Cada uma delas apresenta uma exigência para as entregas. Portanto, é essencial ter isso em mente na hora de pensar na estrutura de armazenagem a ser montada.
No que vimos nos exemplos acima, há estruturas de armazenagem mais versáteis. Estas permitem operar com diferentes tipos, tamanhos e pesos de produtos. Da mesma forma, existem outras exclusivamente dedicadas a dimensões específicas, como é o caso do cantilever.
Em resumo, reconhecer essas possibilidades é o primeiro passo para uma escolha mais assertiva e estratégica para a sua gestão de estoque.
Espaço do armazém
Outro ponto fundamental a ser levado em consideração é a disponibilidade de espaço físico em seu armazém.
Vale ressaltar que, inevitavelmente, as estruturas de armazenagem vão demandar espaços no estoque. No entanto, a escolha do modelo ideal a ser implementado deve considerar a estratégia de otimização e melhor aproveitamento desses ambientes.
Em outras palavras, é importante ter atenção aos seguintes elementos:
- a análise da capacidade de armazenagem de cada sistema;
- a sua ocupação física;
- a sua dinâmica operacional;
- entre outros pontos.
É preciso partir de uma análise adequada desses pontos para em função disso tomar uma decisão.
Tecnologia
A eficiência do supply chain se baseia na integração de diferentes fatores. Entre eles estão as tecnologias aplicadas à sua cadeia de suprimentos.
Muito além da implementação de uma boa estrutura de armazenagem, é preciso levar em consideração também as ferramentas tecnológicas que vão operar em conjunto com esses sistemas.
É esse tipo de diferencial que pode fazer com que os processos se tornem mais dinâmicos e eficientes. E isso é fundamental para dar à sua empresa condições para se destacar da concorrência.
A questão é entender o desafio que esse tipo de inovação oferece. De maneira geral, a inserção da tecnologia depende do devido entendimento da realidade de cada negócio. É em função disso que as soluções devem ser apresentadas.
A dica é começar mapeando os processos na busca por gargalos. A ideia é inserir as soluções tecnológicas sempre em função do que pode ser corrigido ou melhorado. Por isso, defina quais metodologias de estoque funcionarão em sua rotina operacional, quais sistemas de gestão serão utilizados, quais ferramentas serão precisas para essas operações, entre outros fatores ligados à tecnologia logística.
Como escolher a melhor estrutura de armazenagem?
Considere a realidade da empresa, tendo em vista questões como espaço, estrutura, recursos e outras particularidades.
O recomendado é ficar de olho em questões como o planejamento logístico, a gestão de estoque, o ciclo do pedido, o custo do estoque e os equipamentos de movimentação.
Em relação ao planejamento logístico: o importante é definir como vai fazer a distribuição dos produtos ou serviços. Devem ser traçados objetivos em linha com a visão e a missão organizacionais. Com o planejamento logístico, os fluxos de entrada e saída podem ser mapeados e assim a escolha do sistema de armazenagem tem como ser simplificada.
Quanto à gestão de estoque, determine as quantidades de produtos, como se dará o armazenamento e a operação para que a qualidade e segurança sejam garantidas.
Em relação ao ciclo do pedido, é necessário considerar todas as etapas para que o fluxo de produtos se dê da melhor maneira possível. Assim é possível atender as necessidades dos clientes para ter uma estrutura mais profissional.
Além disso, com o custo do estoque conhecido e equipamentos de movimentação em dia, ou seja, trabalhando com máquinas e manuais compatíveis com as necessidades, se tem um controle melhor sobre o processo logístico.
É esse conjunto de informações que permite às empresas entenderem o seu processo logístico do jeito certo. Consequentemente, será isso o que as permitirá escolher a estrutura mais adequada para dar suporte a ele.
Entendeu a importância de saber lidar com estruturas de armazenagem? Então confira também tudo sobre as 4 etapas da armazenagem logística.